Os babilônios, assírios e egípcios também sabiam da duração do ano desde épocas pré-cristãs. Em outras partes do mundo, evidências de conhecimentos astronômicos muito antigos foram deixadas na forma de monumentos, como o de Stonehenge, na Inglaterra, que data de 2500 a 1700AC. Nesta estrutura algumas pedras estão alinhadas com o nascer e o pôr do Sol no início do verão e do inverno. Os maias, na América Central, também tinham conhecimentos de calendário e de fenômenos celestes, e os polinésios aprenderam a navegar por meio de observações celestes.
Mas o ápice da ciência antiga se deu na Grécia, de 600AC
a 400DC, a níveis só ultrapassados no século XVI.
No decorrer de um ano, o Sol completa uma volta na esfera celeste, e este tempo define um ano. O caminho aparente do Sol no céu define a eclíptica, porque os eclipses ocorrem somente quando a Lua está próxima da eclíptica. Como a Lua e os planetas percorrem o céu em uma região de 18 graus centrada na eclíptica, esta região define o zodíaco, com suas 12 constelações.
Pitágoras, que morreu em cerca de 497AC, achava que os planetas, o Sol, e a Lua eram transportados por esferas separadas da que carregava as estrelas.
Aristóteles (384-322 AC) já explicou que as fases da
Lua dependem de quanto da face da Lua, iluminada pelo Sol, está voltada
para a Terra. Explicou também
os eclipses: um eclipse do Sol
ocorre quando a Lua passa entre a Terra e
o Sol; um eclipse da Lua ocorre quando a Lua entra
na sombra da Terra. Aristóteles argumentou a favor da esfericidade
da Terra, já
que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre
arredondada.
Aristarco de Samos (310-230 AC) já acreditava que a Terra
se movia em volta do Sol, e já estudava o tamanho e distância
do Sol e da Lua.
Eratóstenes (276-196 AC) foi o primeiro a medir o diâmetro da Terra. Ele notou que na cidade egípcia de Siena (atualmente chamada de Aswân), no primeiro dia do verão a luz atingia o fundo de um grande poço, ao meio-dia. Este poço ainda existe, e aparece nas figuras acima.
Alexandria está a 5000 estádios ao norte de Siena (um estádio
é uma unidade de distância usada na Grécia antiga).
Esta distância equivale à distância
de 50 dias de viagem de camelo, que viaja a 16 km/dia.
Medindo o tamanho da sombra de um bastão na vertical,
Eratóstenes observou
que, em Alexandria, no mesmo dia e hora,
o Sol não estava diretamente no zênite, mas
aproximadamente 7 graus mais ao sul.
Como 7 graus corresponde a
1/50 de um círculo (360 graus),
Alexandria deveria estar a 1/50 da circunferência da Terra
ao norte de Siena, e a circunferência da Terra deveria
ser 50x5000 estádios. Infelizmente não é possível
se ter certeza do valor do estádio usado por Eratóstones,
já que os gregos usavam diferentes tipos de estádios.
Se ele utilizou um estádio equivalente a 1/6 km, o valor
está a 1 porcento do valor correto de 40 000 km. O diâmetro
da Terra é obtido dividindo-se a circunferência por .
Hiparco, considerado o maior astrônomo da era pré-cristã, construiu um observatório na ilha de Rhodes, onde fez observações durante o período de 160 a 127 AC. Como resultado ele compilou um catálogo com a posição no céu e a magnitude de 850 estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da estrela, era dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais brilhante, e 6 a mais fraca visível a olho nú. Hiparco deduziu corretamente a direção dos polos celestes, e até mesmo a precessão, que é a variação da direção do eixo de rotação da Terra devido à influência gravitacional da Lua e do Sol, que leva 26 000 anos para completar um ciclo.
Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua, e também encontrou que a Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância; o valor correto é 60. Ele determinou a duração do ano com uma precisão de 6 minutos.
Cláudio Ptolomeu, que viveu entre 85DC e 165DC,
compilou uma série de 13 volumes sobre astronomia,
conhecido como o Almagesto, que é a maior fonte de conhecimento sobre
a astronomia na Grécia. A contribuição mais
importante de Ptolomeu foi uma representação geométrica
do sistema solar, com cículos e epiciclos, que permitia
predizer o movimento dos planetas com considerável
precisão, e que foi usado até o Renascimento, no
século XVI.
Introdução à Astronomia e à
Astrofísica